“Sociedade se movimenta para ampliar a
liberdade de expressão no país, mas os que a querem só para seus negócios usam
a Justiça como censora
Uma das vozes mais críticas à concentração
midiática do país, o professor de ciência política da Universidade de Brasília
(UnB) Venício Lima não aguenta mais ficar falando mal dos meios de comunicação
tradicionais. “Dizer que os maiores jornais, revistas e canais de tevê são
parciais e defendem os interesses das elites econômicas é um discurso muito
batido”, argumenta. “O diagnóstico está feito. Agora precisamos qualificar o
debate.” Venício não está sozinho. Cresce o número de ativistas que ensaiam
substituir a crítica ao trabalho alheio por uma postura mais autêntica no
espectro jornalístico brasileiro.
“Estamos sempre reagindo e fazendo
contraponto. Precisamos elaborar mais pautas próprias”, concorda o repórter
Rodrigo Vianna, que mantém o blog Escrevinhador. A ativista Conceição Oliveira,
criadora do blog Maria Frô, vê na produção independente uma forma eficaz de
furar o bloqueio da imprensa comercial para um “mundaréu” de notícias que não
lhes convém. Dessa forma, ela acredita, os meios alternativos de produção
jornalística já começam a atrair o interesse e a atenção das fontes, de
diversas áreas. “Por exemplo, fui a primeira a noticiar, antes mesmo do MST, a
parceria entre o Movimento dos Sem Terra e a prefeitura de São Paulo no
fornecimento de alimentos para escolas municipais”, afirma.
A produção de notícias “fora da pauta” já
incomoda os que se consideravam os únicos donos da informação. Não é à toa que
blogueiros, portais e publicações independentes vêm sendo alvo de ataques
judiciais devido a ações movidas por políticos, autoridades e pessoas ligadas a
grandes emissoras, editoras e jornalões. “É um abuso de poder”, avalia o
diretor da Rede Brasil Atual, Paulo Salvador. “Os processos são uma forma de
censurar vozes dissonantes e cercear a liberdade de expressão por meio do
estrangulamento financeiro.” A Rede Brasil Atual, que edita a Revista do
Brasil, já foi alvo de dois processos de censura, em junho de 2006 e outubro de
2010, ambos movidos pela coligação liderada pelo PSDB nas disputas à
Presidência daqueles anos. Os processos têm origens diversas.”
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